domingo, outubro 17, 2004

OK, acabei de descobrir que, apesar do link, eu não fiz o UL do arquivo .PDF, e sim eu sei quão idiota isso é...

Mas tudo bem, vamos discutir outras coisas...

Outro dia eu fiquei muito irritado/indignado com algo que volta à minha cabeça toda hora que eu não tenho mais sobre o que pensar e nada para fazer. Me diga, caro leitor, se você morasse na zona leste de São Paulo, ou qualquer outra parte do suburbio de sua cidade, em uma região sem muitos prédios, ou com prédios baixos ou muito distantes uns dos outros, e você pudesse ter os poderes do Homem-Aranha... qual seria o sentido?? Certo, além de uma força extraordinária, um corpo bem-definido e o sentido-aranha... de que serve o resto? Você teria que combater o crime correndo pelas ruas? Ir até a Av. Paulista de metrô para poder ser útil para a sociedade?

Por isso que o melhor é ter um carro voador, como o Quarteto Fantástico. Eles nem tem tantos poderes, nem ficam buscando pessoas em perigo ou assaltantes, mas pelo menos eles tem um carro estiloso...

Já vi nas lojas de brinquedo um quadriciclo do Aranha.. mas veja bem, é rídiculo! Imagine-se fantasiado, com poderes espetaculares, preso no transito para tentar combater o crime do outro lado da Av. Berrini, pois não tem um prédio alto e perto o suficiente a fim de você se balançar para lá.

Concluindo... por isso eu gosto mais do Deadpool.
por Monkey ~ 00:45


segunda-feira, outubro 04, 2004

De novo, cara nova, vida nova, pra variar. Ouvindo o depressivo som de Wolfsheim - não que eu esteja depressivo, longe disso aliás - estou aqui para dizer que o link pada o .PDF está ao lado, e para recomendar que assistam Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança, Charlie Kaufman - acho q é assim que se escreve, mas não tenho tempo de confirmar no momento - de novo surpreende. Realmente eu adoro os filmes dele... desde Quero Ser John Malkovich.

Mas o que está me animando cada vez mais é a chegada do dia 08 e da esperada estréia de Kill Bill vol2... Sem querer vi o trailler nesse fim-de-semana, que há muito vinha evitando, vi mais do que eu queria, mas mesmo assim a vontade é a mesma. Já estou combinando, farei uma pequena caravana com meus amigos, e se bobear depois tem sessão pipoca em casa, com mais algum filme do Tarantino, que nunca é demais.

E é isso.
por Monkey ~ 13:54


sexta-feira, outubro 01, 2004

1 mês e 10 Posts depois, eu venho estado sem tempo para pensar em uma continuação coerente e que prenda a atenção de alguém - quem lê? Não faço idéia, mas de qualquer forma - portanto vou encerrar, por ora, o desenvolvimento da história do mendigo e peixe até que eu resolva continuar. De qualquer forma, a quem interessar(?), estarei disponibilizando aqui o que foi escrito até o momento, formatado na ordem certa e cronológica, em .PDF. Assim que eu mudar o layout do blog vocês(?) poderão fazer o download desta versão beta da história.

Se possível, ainda hoje volto com mais novidades(?), mas prometo que não ficarei mais um mês sem dar notícias..
por Monkey ~ 16:53


quarta-feira, setembro 01, 2004

Tomo 2
~ Onde temos um flashback

do encontro do Velho e do Peixe ~


Me lembro bem: era uma terça-feira de um mês de maio, eu estava andando pelo porto, ouvindo e assoviando "Don't Let Me Be Misunderstood" e, entre um gole e outro de águardente, levando caixas para o Consuelo, um navio mercador de arroz e peixe. Um dia comum de trabalho de estivador. Não via a hora de chegarem as seis horas para que eu pudesse ir para casa ver minha mulher e minhas filhas, depois de um cansativo dia de fadiga.


Mas para meu desconsolo, não foi mais um dia comum. Às seis e meia eles iriam precisar de alguém para receber uma nova embarcação que iria trazer alguns artigos ilegítimos da China e do Oriente Médio.


Isso seria normal, não fosse o fato do capitão do barco ter me chamado à cabine e pedido para que eu o acompanhasse na degustação de um de seus produtos. Algum tempo depois já não sentia minhas mãos, e quando percebi, estava na beira do cais com água até o pescoço, com uma bóia envolta nos braços, nu em pêlo.


Me dei conta de que aquele não era o barco que eu deveria ter recebido. Eram piratas, que estavam atrás do mesmo barco que eu esperava. Além de tudo, levaram minhas roupas.


Estava eu então, boiando e assistindo alguns barcos mercadores pegando fogo, quando você apareceu.


Pensei estar louco, afinal não é sempre que se vê uma carpa dourada voadora. Mas o mais estranho foi quando você disse "Oi" e me deu seu cartão.



por Monkey ~ 18:45


quinta-feira, agosto 12, 2004

~ Intervalo ~
Prelúdio para um flashback

Caminhou dias a fio. Ao relento, apenas com seu cobertor enrolado ao corpo para se aquecer. Estava imaginando o que seria dele sem suas idéias. O que é uma pessoa sem idéias, além de uma carcaça podre?
Idéias vêm e vão em sua mente enquanto pensa nisso.

"Complexo.", disse o peixe então.

"O quê?".

"Isso. O pensamento.", continuou o peixe para seu companheiro.

"De fato, era o que estava pensando. Mil coisas ao mesmo tempo, mas com uma sempre aflorada. Afinal, nós não pensamos 'Mexa-se dedo!' sempre que precisamos mexê-lo."

"Eu não tenho dedos, nem ao menos braços ou pernas, por isso limite suas comparações."

"À que? Escamas e nadadeiras? Ou à capacidade de flutuar? Que certamente todos temos.", nervoso com a irônia de seu amigo, retrucou.

"Tanto faz.", o peixe já sabia que isso só levaria à mais um tópico de discussões intermináveis entre eles. "Sabe, isso lembra quando nos conhecemos."

"Ah, sim... o fatidico dia. Quisera eu que não tivesse caido naquele porto, por acaso ou coincidência."

a seguir: Peixe e Mindigo se encontram.

por Monkey ~ 16:34


terça-feira, julho 27, 2004

"Você entendeu a moral, querida?", continuou falando à moça.

"Acho que sim, mas o senhor poderia reforçá-la não?", disse a moça, com lágrimas nos olhos.

"Pois sim. A moral é que uma mulher pode conseguir o que quiser, até mesmo salvar sua vida, veja bem, apenas com seu charme e inteligência."

"E, senhor, me responda então o que houve com Gorete, depois?", indagou a moça.

"Ah, ela fugiu alguns dias depois do abuso e viajou o mundo durante seis meses inteiros, até que morreu de fome e falta de cuidados."

"Como?? Então quer dizer que nós mulheres não temos futuro se deixarmos de nos submeter às vontados dos homens??"

"Obviamente que não, mas entenda que ela era uma cabrita. O que raios ela faria para ganhar dinheiro? Carpinagem?? Agora é a sua vez de contar sua história, minha linda..."

"Não meu senhor, meu passado é realmente história, nada que valha a pena contar. Depois dessa história sou uma nova mulher!", e a moça se levantou do meio fio, limpou o rosto e olhando para o senhor continuou, "Muito obrigada, meu velho, sua história realmente mudou minha vida." E se afastou um pouco, levantou a saia até acima do joelho e pegou carona em um caminhão que estava passando.

"É, parece que ajudamos mais uma pessoa. Afinal, não é por isso que estamos todos aqui? Para ajudar-mos uns aos outros?", disse o peixe ao velho, olhando para o horizonte.

"Vadia... ajudar é o caralho, eu queria era comer ela...", resmungou o velho para o peixe.

"E aquela história sobre deixar de lado os prazeres materiais?"

"Ah, que seja, vamos continuar nossa jornada."

"Jornada?"

"Vamos!"

"Certo, certo..."

continua

por Monkey ~ 15:28


segunda-feira, julho 26, 2004

Gorete era uma linda cabritinha, já na flôr da idade. Cobiçada por todos os bodes e cabritos da fazenda do Sr. Limão.
Gorete, por ser tão cobiçada, escolhia com cuidado seus namorados e parceiros, e sempre praticava sexo seguro - sim, os cabritos também tem seus métodos anticoncepcionais. Sempre contava para suas amigas, as vantagens de ser uma cabrita tão linda, e como conseguia tudo o que queria, usando apenas seu charme, e seus dotes físicos.

Manoel, filho do Sr.Limão, era um moleque arteiro, serelepe. Lá com seus 13, quase 14 anos, na idade em que os hormonios estão à flôr da pele. Quase não tinha amigos, por isso não perdia a oportunidade de atazanar a vida dos animais da fazenda.

A fazenda passava por momentos dificeis, a recessão obrigou o Sr. Limão a sacrificar muitos animais e diminuir a quantidade de ração que lhes era oferecida. Assim, muitas amigas de Gorete se foram, assim como muitos de seus "amigos", incluindo seu noivo Waldir.

Foi num dia chuvoso, quando Gorete estava descansando embaixo de uma árvore, que Sr.Limão pediu à seu filho que trouxesse a cabrita, para ser assada no jantar do dia seguinte. Manoel pegou o cutelo e foi atrás da pequena, que estava dormindo.

Delicadamente, Manoel foi se aproximando de Gorete, e com um rápido movimento tentou acertá-la, mas acabou errando e acertando a raiz da árvore.

Gorete não pensou duas vezes, saiu correndo, sem prestar atenção para onde. E por isso ela não percebeu a cerca branca, que delimitava a fazenda, em sua frente e ficou com metade do seu corpo preso.

Manoel demorou um pouco para tirar o cutelo da raiz, havia usado de muita força, inutilmente. Porém, depois que conseguiu, rapidamente avistou a cabrita presa e foi atrás dela.

Gorete estava numa pose e situação um tanto quanto humilhantes. Não parava de se mexer, tentando se livrar das entre-tabuas.

Manoel, vendo aquela cena, sentiu algo estranho, um calor, um instinto e quando percebeu, havia um volume anormal em suas calças. Não sabia o que havia causado aquilo. Talvez a emoção do momento, o feijão velho do almoço, ou aquele lindo animal naquela posição mágica. Milhares de pensamentos passavam pela cabeça de Manoel e um deles dizia para o garoto que poderia aproveitar a situação, antes de atender ao pedido do pai. E este foi o pensamento que o garoto seguiu.

Gorete se mexia freneticamente, até que, repentinamente, do nada, sentiu uma fisgada e um empurrão. Ela reconhecia essa sensação, mas não sabia quem poderia ser, já que todos os cabritos e bodes restantes estavam presos.

Estavam os dois em êxtase, quando Gorete sentiu um último empurrão e começou a ser puxada. Virou-se e nesse momento viu quem havia sido seu amante: Manoel. Não acreditava que isso acontecera.

Manoel estava ali parado, olhando para a cara da cabrita, com o cutelo no chão, e as calças na mão. Os dois ficaram se encarando durante uns bons 5 segundos, até que voltaram a realidade.

Deste em diante, Manoel começou uma dieta vegetariana, e convenceu seu pai a não matar Gorete e sim umas cinco galinhas que não punham ovos há 2 meses.

Foram um casal - secreto - e feliz.

- as aventuras do mindigo continuam

por Monkey ~ 19:15


sexta-feira, julho 23, 2004

Tomo 1
~ Onde o mendigo e o peixe
encontram a garota na estrada
e contam-lhe a história da
"Cabrita Gorete e o filho do fazendeiro" ~


Já estavam andando há algumas horas, quando ele avistou uma moça sentada ao pé da estrada.

"Que acha que houve, peixe?"

"Como vou saber? Sou bidu por acaso?"

"Certo, certo... veremos."

E aproximando-se da moça disse-lhe:

"Bom dia flôr-de-prima!"

"Oh! Mas que susto! Perdoe-me meu bom senhor, poderia deixar-me sozinha por ora?"

"Mas o que houve para tão bela moça estar aos prantos, sentada na beira da estrada?"

"Nada, nada. Coisas da vida, como devem ser."

"Mas diga-me então, o que preocupa-lhe tanto."

"Não, meu senhor, por favor, vá e continue sua estrada."

Olhou para o peixe e começou:

"Não me parece bem, acho que sei do que está bela precisa."

"É, desta vez, hei de concordar com você. Sentemos e contemos uma história."

E voltando novamente seu olhar à moça, que agora parecia um pouco mais espantada, e menos tristonha:

"Pois bem, linda garota, sentar-me-ei ao seu lado, e uma história vou começar. A história da 'Cabrita Gorete e o filho do fazendeiro'. Depois você me conta a sua história."

to be continue...

por Monkey ~ 17:31


quinta-feira, julho 22, 2004

Foi quando percebeu que isso era só mais um delírio, decorrente da grande quantidade de fome, misturada com o cheiro de cola que costumava sentir.

Levantou-se e pôs-se a caminhar sem rumo, novamente. Foi, pouco depois, quando viu um cachorro que caçou até a morte e assou numa lata de lixo, que conseguiu saciar sua fome.

E continuou a conversar com seu amigo Pietro, o peixe-voador, que o acompanhava em suas viagens.

"Um cão que morreu com honra!"

"Se ser comido por um mendingo que não tem onde cair morto é uma honra, então, de fato."

"Não faça pouco de mim. Sabe que não tenho pois não quero. Abri mão de tudo..."

"... ao matar seu pai para pegar a herança?"

"Não!! Ele não me entendia, não há nenhuma ligação entre as coisas."

"Pois bem, continue então."

"...ao renunciar ao reino material! Quem precisa de roupas, comida e casas compradas? A natureza nos dá tudo! De graça!"

"É, vê-se tanto ao olhar para você... acho que vou jogar meu terno fora também."

"Faça-o!"

"Estava usando de ironia."

"Hunf!"

"Veja, ironia é um ser que bate em sua porta e ri da sua cara. Por isso que nesse momento, renunciado de tudo, tudo que você tem é um cobertos, uma coxa mal-assada de um vira-lata e um peixe falante como amigo."

"Não mais do que preciso."

"Se você diz."

E continuaram caminhando, até os limites da cidade. Onde começavam a entrar em uma estrada infindável.

"Cá vamos nós, novamente."

Continua, até eu cansar...

por Monkey ~ 15:42


terça-feira, julho 20, 2004

Poucos sabem como é sentir as chamas em seu corpo. Sentir o cheiro da sua própria carne queimando. Ele estava descobrindo como era ser um desses poucos.

Não conseguia abrir os olhos, apenas ouvir as risadas em volta dele. Tentava procurar uma justificativa para tanto, mas o tempo estava passando tão rápido que não conseguia mais sincronizar seus raciocinios com coerência. Restava-lhe apenas aguardar, ao som de Strauss, o que fatidicamente viria algum dia acontecer.

Não acabou ainda :D

por Monkey ~ 14:36